Alunos da 5ª série A de 2011

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Campanha valorização do Professor

ALUNOS DA ESCOLA AGNELLA - 5ª série A e B em Porto Alegre- Visita ao Museu da Puc

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ALUNOS DA ESCOLA AGNELLA DO NASCIMENTO 2009

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ALUNOS AO LADO DA ESCOLA NA FESTA DOS 80 ANOS

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A devastação, uma herança para as futuras gerações

A devastação, uma herança para as futuras gerações


Quando fecho os olhos à noite, onde quer que esteja, minha mente volta com freqüência ao passado, à época em que o recém- construído Calypso flutuava sob o céu do Mediterrâneo. O barco foi meu lar durante a infância, embora nunca tivesse nele um local só para mim. Eu dormia num beliche durante todas as noites, às vezes com minha mãe, às vezes com meu pai, e algumas vezes dentro da gaveta da cômoda. O Calypso foi minha identidade infantil.

Tive sorte: o barco de meu pai foi minha base, o começo de meu futuro. À medida que o Calypso percorria os mares do mundo, ele passou a abarcar a filosofia de que a vida em nosso planeta é frágil, e sua beleza, embora aclamada, é perecível.

Meu pai imbuiu em mim a convicção de que não somos donos dos recursos do mundo, apenas seus administradores. Somos responsáveis pela proteção daquilo que legaremos a nossos sucessores.

Hoje,tento viver por essa cartilha, mas em minhas viagens me dou conta de quão raramente os adultos pensam nas gerações futuras. No mundo inteiro, vemos que pais parecem pouco se importar com a condição do planeta que seus filhos herdarão.

Poluímos os rios e mananciais que serão a fonte de água potável de nossos filhos, interferimos com a camada de ozônio, que protege nossos filhos contra os perigosos raios solares. Pusemos em andamento o que parece ser um perigoso aquecimento da Terra, ameaçando nossos filhos com a seca e a calamidade. As crianças por nascer não podem se pronunciar, mas nem por isso somos menos responsáveis por gerações que não conheceremos.

Atentem para o caso, agora clássico, de Wezip Alolum, que tem a ver simplesmente com a lama. Alolum, habitante da aldeia de Jobto, na província de Madang, era dono de terras com matas nas quais havia um poço de lama. Durante gerações sua família ganhou a vida trocando bolas de lama e potes de lodo barrento por alimentos, O poço, sua herança, lhe fora confiado intacto por seus ancestrais.

Um dia chegaram estrangeiros, que lhe pediram permissão para abater árvores nas terras de sua família. “Você não precisa mais de lama, agora que tem dinheiro”, disseram. Alolum hesitou, mas finalmente concordou.

Contudo, ele não percebeu que a companhia pretendia abater ou queimar todas as árvores, não deixando nenhuma para o replantio. Nunca lhe passara pela cabeça que a companhia trataria a terra sem o menor respeito por seu futuro. Não demorou para que todas as árvores .desaparecessem, e com a resultante erosão, o poço de lama fosse afetado.

Seu barro ficou arruinado, seco demais para ser utilizado. Pouco depois o dinheiro de Alolum acabou. Sm lama, pela primeira vez na historia de sua família ele estava pobre.

Alolum procurou a companhia florestal, exigindo que o reembolsasse pela perda do poço, mas quem paga compensação por lama? No entanto para Wezip Alolum o poço de lama representava o capital herdado por seus antepassados.

Ele fora dono e administrador, mas agora não tinha nada para deixar para seus filhos, e o ciclo de sua família fora rompido. Alolum foi uma vitima da falta de visão ao trocar recursos por dinheiro.

Mas o que dizer de nós? Ao desperdiçarmos recursos naturais não estamos nos comportando irresponsavelmente em relação a nossos filhos? Quando perceberem que lhes legamos um sem-número de perigos ambientais, um inventário de recursos completamente exaurido, o que pensarão de nós, a despeito da nossa tendência a lhes comprar o que há de melhor ao nosso alcance?

O Calypso foi mais que um presente de infância. Ele continua sendo uma herança para mim, um lembrete de continuidade e o ideal de herança combinada com responsabilidade. Ele é um documento vivo, minha Constituição do amanhã.

Talvez, se modificarmos nossos modos, uma Constituição global proteja um dia o ar, a água, as florestas e a vida selvagem- nossa herança natural – para futuras gerações. Nossos filhos talvez a escrevam.


Jean-Michel Cousteau.



RESPONDA:

1) O que o menino aprendeu enquanto viajava?

2) Qual foi a convicção que seu pai lhe passou?

3) Hoje, em suas viagens, o que o narrador pode observar a respeito dessa convicção?

4) Quem foi Wezip Alolum?

5) O que aconteceu com o poço de Alolum quando os estrangeiros abateram a mata que havia em sua propriedade?

6) O que o autor pensa do comportamento dos que desperdiçam os recursos naturais?

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