…gente fina, elegante e sincera
Uma amiga querida, em relato sobre uma atitude nada ética de uma outra pessoa, falou: “puxa, pensei que o mundo fosse constituído de gente fina, elegante e sincera!”(parafraseando a música do Lulu Santos).
Fiquei com a coisa na cabeça. Gente fina, elegante e sincera! Aí resolvi escrever sobre isso
Então, o que é gente fina e elegante? Não, certamente não são aquelas que vestem grife e circulam pelas lojas caras das cidades (seja a cidade qual fôr!). Não, não está relacionada a roupa, mas a alma! E nesta categoria “alma”, em especial, duas são preocupantes: as almas autoritárias e as almas assujeitadas.
Almas autoritárias! Hum…estas acreditam que tudo começa e termina nelas, suas verdades (e seus sofrimentos) são os únicos. São as “almas-trator”, desconsideram o olhar dos outros e vivem dando indulgências para suas pequenas(ou grandes) maldades. Ao desculparem seus erros a partir do suposto defeito alheio, não se dão conta das leis de Newton (toda ação corresponde a uma reação!), quando recebem a reação da ação realizada: caramba, são as vítimas do pedaço!
Conheço muitas almas autoritárias, algumas são risíveis, outras difíceis de conviver, outras muito cruéis.
Sim, as almas autoritárias nada finas e nem tampouco elegantes (independente de suas roupas, cortes de cabelos, etc) acreditam que o sentimento alheio não existe, negam o desejo do outro. E mais ainda, apagam o outro!
Ser elegante e fino é ver o outro!Reconhecer que há um mundo em que vivem pessoas – tão pessoas quanto qualquer um! Um mundo de gente que pode chorar, pois estamos aprisonados (ou libertos) em nossa condição humana, demasiadamente humana! E nesta o erro é sempre uma hipótese possível.
Sim, eu quero poder chorar um milhão de vezes. Chorar de saudade, chorar de alegria, chorar de arrependimento, chorar de indignação, chorar… Chorar é fino e elegante, respeitar o choro alheio mais ainda!
Outra categoria nada fina e nada elegante, são as almas assujeitadas. Estas vivem muito perto das “almas-trator”. Para toda “alma-trator” há uma alma assujeitada.
A alma assujeitada adora comprar coisinhas caras, como se as coisas caras fizessem dela algo igualmente caro. Caro, mas não raro. As almas assujeitadas não se preocupam com a singularidade, mas com a regularidade: desejam ser sempre iguais aos mais ricos ,aos mais bacanas, aos mais famosos!Para a alma assujeitada não há alma, só corpo. A alma assujeitada só vê o que os olhos humanos podem ver. Vê, mas não decifra! Ouve, mas não compreende!
Gente fina e elegante vê para além das aparências, ouve para além do que está sendo dito. Ser fino e elegante é fugir da superficialidade! Ser fino, muitas vezes, é ficar ao lado dos vencidos. Fino é não julgar!
É, amiga querida, também eu pensava ser o mundo constituído por gente fina, elegante e sincera!
domingo, 24 de outubro de 2010
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